Quem nunca sentiu-se ansioso levante a mão. Saber que somos ansiosos é importante, mas não ajuda muito.
O importante é saber se temos a ansiedade positiva, que nos ajuda a planejar metas e alcançar objetivos, ou se sofremos com a ansiedade negativa, aquela que nos paralisa, nos faz perder noites de sono, sentir dificuldades em respirar, nos alimentar de maneira errada, sofrer de taquicardia, etc…. Bom, vamos primeiro entender um pouco de sua origem.
A palavra ansiedade tem uma genealogia milenar. Veio primeiro do alemão: Angst; depois do grego antigo: e do latim: angor. E angor, por sua vez, procedeu da palavra egípcia ankh. No Egito antigo, esse era o nome dado ao símbolo do sopro da vida, que tinha origem na primeira tomada de ar de um bebê na hora do nascimento. Podemos pensar que desde esta época, a ansiedade estava relacionada à respiração – ou à falta dela.
O medo é muito utilizado para descrever a ansiedade porque os dois sentimentos surgem no mesmo sistema do nosso corpo, o límbico, e estão localizados nas mesmas regiões do cérebro. Mas distinguir um do outro não é difícil. Na ansiedade, o motivo de estarmos tensos e em sofrimento está no futuro.
Já quando estamos com medo, a nossa ameaça está próxima. Quem está sempre com medo de ser assaltado, vive em um estado ansioso, mas se a pessoa for assaltada, neste momento sente o medo.
Outra diferença é que na ansiedade agimos racionalmente e conseguimos desenvolver planos para eliminar o perigo. Quando estamos sentindo medo, as nossas reações básicas se assemelham a de um animal acuado. Decidimos apenas se enfrentamos a ameaça ou se saímos correndo o mais rápido possível.
A ansiedade é influenciada pela nossa maneira de pensar. Se uma pessoa imagina o tempo inteiro que coisas ruins irão ocorrer e tudo na vida dela vai se arruinar, ela sofre mais do que pessoas menos catastróficas. Mas nem sempre depende apenas de nós mesmos.
A ansiedade pode se manifestar por causas genéticas e em função de experiências traumatizantes de cada pessoa. Ex: uma pessoa que já foi assaltada no trânsito por um motoqueiro pode sentir desconforto toda vez que uma moto se aproxima ao carro dela – mesmo que isso não represente nenhuma ameaça.
Outro ponto gerador de ansiedade é o sexo: as mulheres geralmente sofrem mais com transtornos de ansiedade do que homens, especialmente em função de questões hormonais porque elas não produzem hormônios regularmente como os homens. Essa produção hormonal inconstante causa a TPM. Nessa fase as mulheres tornam-se mais vulneráveis aos transtornos ansiosos, que podem ser manifestar através de sintomas como distúrbios alimentares, baixa auto-estima, síndrome de super mulher, preocupação excessiva com os outros, dependência emocional e problemas físicos como as síndromes pré-menstruais e as dores de cabeça.
O segundo motivo é social: em uma cultura ainda machista, as mulheres expressam seus sentimentos naturalmente, o que não acontece com os homens, que aprendem ao longo da vida, que sentir ansiedade é fraqueza. A ansiedade masculina, quando não é devidamente reconhecida, muitas vezes se transforma em dependências químicas como drogas e álcool. O refúgio pode ser também no trabalho excessivo, isolamento social e emocional, violência ou problemas de saúde como pressão alta e ataques cardíacos.
Ansiedade é uma defesa natural do corpo, mas nos prejudica quando nos limita, impede, bloqueia e quando provoca sentimentos ou sensações de difícil controle. A pessoa ansiosa pode vir a sofrer, pois passa a desacreditar em suas capacidades, sente-se inferiorizada, incapaz, impotente. Por sentir-se tão a margem, teme a rejeição, e tende a sentir–se abandonada ou solitária. Desta forma a ansiedade vem dominando cada vez mais pessoa, podendo inclusive gerar dores físicas como enxaqueca ou dor de cabeça.
Cada ansioso vive sua ansiedade de modo particular e isso explica a grande variedade de distúrbios.
As pessoas tentam esconder dentro de si os sentimentos que causam ansiedade na esperança de que ela desapareça, ou tentam se livrar dela jogando-a em cima dos outros, fazendo críticas, controlando, manipulando, ou culpando alguém. Alguns tentam negar os sentimentos que causam a ansiedade para evitar o enfrentamento.
A ansiedade tem cura e pode ser canalizada para seu próprio benefício, aumentando mais seu potencial, sua criatividade e confiança em si mesmo. As pessoas temem entrar em contato com os próprios sentimentos e isso só faz aprofundar ainda mais o problema. O melhor remédio é o enfrentamento, que vai levar ao equilíbrio emocional interno.
Através da psicoterapia você pode fazer as pazes com seus sentimentos e sair do sofrimento que a ansiedade impõe.