
Publicado no jornal 100% Vida por Tais Azevedo
Sindrome do ninho vazio
“Eu não sabia que existia
Esse outro parto de partir
E me deixar na beira do cais
Filho sempre meu não mais
Eu não sabia que teria
Que ter você pela segunda vez
Dar a luz a arte e ao mar
E a tudo mais que você sonhar
Solta da minha mão
Leva o seu violão
Dentro do mochilão
Leva também o meu coração.” música : Barcelona 16, Paula Toller
Parece que foi ontem que seu filho nasceu. Você ainda se lembra do rostinho do bebê, de quando ele começou a falar, andar, de quando ele te chamava nas horas que ele precisava.
Era uma bagunça, brinquedos espalhados pela casa, roupas pelo chão, você responsável por cuidar, ensinar, educar, brincar, dava um cansaço…
De repente ele cresceu, construiu amizades, tornou-se independente e já não precisa mais da sua intensa proteção e cuidado. Nestes casos era para você estar vibrando pelas conquistas dele, mas não importa o motivo da saída do filho, seja para ingressar na faculdade, para morar sozinho, porque se casou,ou até mesmo porque faleceu, o fato é que a casa fica silenciosa e vazia.
Os pais podem então começar a sofrer da síndrome do ninho vazio. Geralmente a mãe sofre mais, porque na nossa cultura ela ainda mantém o maior vínculo com os filhos. Ela se depara com uma tristeza profunda, um grande vazio, não se sente mais útil, produtiva, necessária, porque não precisa desempenhar o papel de mãe ao qual estava acostumada. É como se ela tivesse perdido a razão mais importante de sua vida, perdido seu fiel companheiro. Esse sentimento “síndrome do ninho vazio” é muito comum, até mesmo para aqueles que mantém uma vida profissional ativa.
Outro complicador para a mulher pode ser a chegada da menopausa, que significa um processo de modificação corporal fisiológico e pode gerar muitos desconfortos. É um novo estágio da vida. O organismo se torna incapaz de gerar outro bebê, o que tende aumentar a tristeza pela percepção de amadurecimento de seus filhos. Assim como muda também o papel da mulher diante da sociedade.
Se o casal se mantém junto “por conta dos filhos”, se a intimidade, o afeto e companheirismo da vida a dois ficaram esquecidos, o casamento também pode vir a ser um terreno tempestuoso. Porém se o casal se empenhar, esta é um etapa importante de reaproximação, de reconquista, de descoberta de novos prazeres e novos planos, reaprendendo a viver juntos com mais alegria. Buscando realizar atividades que façam bem, cada um terá que se reconhecer de forma mais madura, através da história de sua vida e em seguida deverá reconhecer o companheiro que também se transformou ao longo dos anos.
Se existir espaço para o diálogo, é importante que se fale sobre esta etapa, dividindo a dor e tristeza, deixando que o outro participe de suas aflições com a saída dos filhos, da insegurança com os novos papéis que irão desempenhar e também com a nova forma de se considerar o casamento.
Se você for divorciada, solteira, procure dividir seus sentimentos com pessoas de sua confiança, que possam compreender e ajudar nesta fase. Para algumas pessoas a tristeza é profunda e há a necessidade de receber ajuda psicológica. Afinal não tem porque postergar seu sofrimento, não é mesmo?
Os sintomas mais freqüentes são:
- Tristeza
- Ansiedade
- Crise de choro
- Estresse
- Alergia,
- Dermatite,
- Distúrbio intestinal,
- Distúrbio alimentar
- Dificuldade respiratória
- Febre sem motivo aparente,
- Queda de cabelo
- Insônia
- Depressão
Outro fator agravante é que a sociedade não sabe muito bem como lidar com a pessoa que está passando pela síndrome do ninho vazio – um problema sério para quem o vive e que muitas vezes requer ajuda especializada.
Tais Azevedo
Psicóloga
R: Jorge de Figueiredo Corrêa, 1334 – Taquaral – Campinas
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